quinta-feira, 8 de março de 2012


Retrato de Mulher Triste - Poema de Cecilia Meirelles



Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.

Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.

Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.

Mas para falar da sua vida
tem de baixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.

Cecília Meireles

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Mulher  Heroína

Levanta cedo o sol te chama
Arregaça as mangas
Começa a dança
É hora da labuta
Vai à luta
Os cabelos em desalinhos
Sem tempo pra penteá-los
Percorre todo caminho
Com pressa de chegar.
A escola do filho, o trabalho, o relógio de ponto o horário.
Não importa com a chuva que cai ou sol que arde
Precisa de tempo pra se encontrar.
Tem que lavar tem que passar
Sair do laço do embaraço
Criar coragem, pedir passagem.
Pra alcançar
A tua glória,
Tua alforria, tua vitória.
Sê forte, sem estigma, corajosa
Sem purpurar seus ideais
De secular veemência.
Mulher líder, não se deixa abater.
Lê o jornal, pra um emprego arranjar.
Mulher que canta
Também encanta
Mulher de luta, de viva voz.
Mulher! Simplesmente Heroína
Parabéns pelo seu  dia.
 EURLENE ARRUDA